domingo, 30 de junho de 2013

A nação acordou !!!!!!!!!!!




Eu sempre acreditei que qualquer pessoa tem o poder de mudar qualquer coisa  que está errado em sua vida, mas as vezes parece que não encontramos forças para mudar.Nesse momento precisamos de ajuda e não é vergonha pedir  para alguém e foi isso que milhões de brasileiros vem fazendo desde o começo do mês de junho.
Quando ligamos os canais de comunicações o que assistimos são as pessoas unidas pedindo um basta  nas desigualdades sociais criada pela corrupção dos políticos e a indiferença  que tratam a população de baixa renda, ou seja a maioria da população brasileira.
Segundo Margaret Mead  antropóloga norte-americana:

 Nunca duvide da força de um pequeno grupo de pessoas para transformar a realidade. Na verdade eles são a única esperança de que isso possa acontecer” .
Margaret Mead

Eu concordo com essas palavras, pois o Brasil acordou as pessoas foram as ruas e mostraram que juntas tem força e que podem e devem  mudar com sabedoria tudo que está errado. Infelizmente existe uma minoria que não sabe aproveitar as oportunidade e usam as manifestações para saquear,mas essa minoria infelizmente é a criação de um governo que por muito tempo nos fez acreditar que o certo é levar vantagem em tudo como por exemplo receber propina, super faturar as obras públicas, colocar a família toda para  "trabalhar" nos órgãos públicos  e etc...Essa minoria que saqueavam as lojas acreditam que estão certos, mas esses  ainda tem muito que aprender. Agora a maioria que foram para as ruas pedir mudanças esses sabem da força que tem e o bonito é que essa força contagia.
Parabéns a todos nós brasileiros que estamos  participando dessa mudança, pois estamos fazendo história.

sábado, 16 de março de 2013

Clarice Lispector


Para além da orelha existe um som, à extremidade do olhar um aspecto, às pontas dos dedos um objeto - é para lá que eu vou.
À ponta do lápis o traço.
Onde expira um pensamento está uma idéia, ao derradeiro hálito de alegria uma outra alegria, à ponta da espada a magia - é para lá que eu vou.
Na ponta dos pés o salto.
Parece a história de alguém que foi e não voltou - é para lá que eu vou.
Ou não vou? Vou, sim. E volto para ver como estão as coisas. Se continuam mágicas. Realidade? eu vos espero. E para lá que eu vou.
Na ponta da palavra está a palavra. Quero usar a palavra "tertúlia" e não sei aonde e quando. À beira da tertúlia está a família. À beira da família estou eu. À beira de eu estou mim. É para mim que eu vou. E de mim saio para ver. Ver o quê? ver o que existe. Depois de morta é para a realidade que vou. Por enquanto é sonho. Sonho fatídico. Mas depois - depois tudo é real. E a alma livre procura um canto para se acomodar. Mim é um eu que anuncio.
Não sei sobre o que estou falando. Estou falando de nada. Eu sou nada. Depois de morta engrandecerei e me espalharei, e alguém dirá com amor meu nome.
É para o meu pobre nome que vou.
E de lá volto para chamar o nome do ser amado e dos filhos. Eles me responderão. Enfim terei uma resposta. Que resposta? a do amor. Amor: eu vos amo tanto. Eu amo o amor. O amor é vermelho. O ciúme é verde. Meus olhos são verdes. Mas são verdes tão escuros que na fotografia saem negros. Meu segredo é ter os olhos verdes e ninguém saber.
À extremidade de mim estou eu. Eu, implorante, eu a que necessita, a que pede, a que chora, a que se lamenta. Mas a que canta. A que diz palavras. Palavras ao vento? que importa, os ventos as trazem de novo e eu as possuo.
Eu à beira do vento. O morro dos ventos uivantes me chama. Vou, bruxa que sou. E me transmuto.
Oh, cachorro, cadê tua alma? está à beira de teu corpo? Eu estou à beira de meu corpo. E feneço lentamente.
Que estou eu a dizer? Estou dizendo amor. E à beira do amor estamos nós.
Clarice Lispector
"..